
O desenvolvimento fica novamente a cargo do cineasta James Gunn, que escreve o roteiro e dirigi o filme. Declarando publicamente seu amor pela equipe, Gunn escreveu o enredo com afinação e dedicou espaço especial ao tratamento individual, mas sem esquecer o envolvimento dos membros quanto equipe. O pontapé inicial para a composição da trama é a procura de Peter Quill/Senhor das Estrelas (Chris Pratt) por seu pai, que surge representado fisicamente por Kurt Russell. Digo fisicamente, pois ele é Ego, um planeta vivo que cria projeções físicas para interagir com outras raças.
A presença de Ego é a confirmação da relação de paternidade que vai acompanhar todo o longa. Não é só fato dele ser o pai biológico de Peter, mas as implicações que essa revelação trazem para o roteiro. Desse modo, é importantíssima a participação de Yondu (Michael Rooker), membro dos saqueadores que vive sob um antigo código de honra, e que tem o porquê de suas ações anunciadas de forma digna. Basta dizer que o sequestro de Quill quando criança é apenas a ponta do iceberg e as consequências são exploradas neste filme de forma a interligar vários personagens.
Em menor escala, a inclusão relutante de Nebulosa (Karen Gillan) no grupo é outra variação da paternidade, a cruel e opressora. Assim como Gamora (Zoe Saldana), ela é filha de Thanos e odeia o pai pelo que fez com ela. Para quem queria apenas ter uma irmã quando criança, a guerreira se vê movida por um sentimento de vingança contra o Titã Louco. Essa é também a única indicação que conecta Guardiões da Galáxia ao Universo Cinematográfico da Marvel, pois James Gunn faz uma obra muito mais centrada em um nicho do que preocupada em criar várias conexões com as produções posteriores.
São com essas relações que o diretor cria um aventura especial grandiosa, mas ao mesmo tempo bastante intimista. Na interação entre Yondu e Rocket (voz de Bradley Cooper), conhecemos os motivos pelos quais o guaxinim tem seu comportamento rebelde; no toque de Mantis (Pom Klementieff), uma alienígena com poderes empáticos, sentimentos ocultos de amor, dor e desejos reprimidos são expostos; a expressão no rosto de madeira de Baby Groot (voz de Vin Diesel) é a definição das reações de uma criança diante das descobertas, das alegrias e dos medos. Gunn já tinha conseguido nos fazer importar com esses personagens, e com Guardiões Vol. 2 intensifica essa conexão, despertando o interesse em acompanhar mais e mais aventuras da equipe.
A aventura vem então numa belíssima batalha entre os Guardiões e os Soberanos, seres dourados que controlam uma frota de naves à distancia para combater. Tiros de laser, explosões coloridas, saltos para o hiperespaço, buracos de minhoca, tudo trabalha em conjunto para trazer a empolgação de se acompanhar o confronto espacial. Em terra firme, o cineasta não economiza na apresentação do planeta Ego. A vegetação e o palácio têm riqueza de detalhes que ficam melhores no 3D, quando
são expostos com boa profundidade de tela e lançados próximos de nossos olhos.
Como já tinha mostrado no primeiro longa, o diretor sofre forte influência de décadas passadas. A trilha sonora Awesome Mix Vol. 2, apresentada em alguns momentos no walkman de Peter Quill, se encaixa perfeitamente em cada ponto onde é inserida, ampliando a mensagem de acordo com cada cena. James Gunn aproveita para abraçar de vez o estilo oitentista, inserindo referências que transitam entre jogos de nave, Pac-Man, séries e até uma inusitada participação especial.
Com um recorde de cenas pós-créditos, cinco no total, Guardiões da Galáxia Vol. 2 indica um futuro ainda restrito em seu universo. Para o grande evento do MCU que virá em breve - a Guerra Infinita - apenas uma das cenas, a terceira, traz uma ideia importante para a continuidade. De resto, vemos mais recortes do humor que acompanha o filme, pistas do que esperar para o próximo Guardiões, bem como das participações de Stan Lee, que se vierem acompanhadas da confirmação de uma teoria que está rolando na internet, será deveras genial.
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