
O longa começa cinco anos após a morte de Jason Todd (o
segundo Robin), assassinado pelo Coringa em uma cruel demonstração da
insanidade do Palhaço do Crime. Apesar de ter que conviver com a dor de perder o aliado, Bruce Wayne continua protegendo as ruas de Gotham City. Em uma de suas
patrulhas, ele captura três bandidos com a ajuda do Asa Noturna (Dick Grayson, o
primeiro Robin), e descobre que o carregamento levado pelo trio era destinado ao
Capuz Vermelho.
O misterioso personagem é um típico anti-herói.
Ele limpa as ruas da cidade com a mesma eficiência do Batman, porém, não segue o
mesmo código de ética do protetor de Gotham. Para ele, matar é sempre uma
opção, o que o coloca em conflito com o Morcegão. O grande
problema é que o Capuz parece ser alguém muito bem treinado, que antecipa os
passos do Homem-Morcego. Em pouco tempo, ele domina todos os líderes da criminalidade, e passa a ser considerado o novo dono do pedaço, menos pelo Máscara
Negra, um dos chefões que tem seus negócios prejudicados pela intervenção do justiceiro.
Com o cenário armado, a animação é desenvolvida de forma
muito coerente e bem amarrada. O roteiro de Judd Winick apresenta situações de
ação, drama e investigação. O texto apresenta o que há de melhor no Cavaleiro
das Trevas, mostrando-o como exímio acrobata marcial, perito no uso das
bugigangas e também como detetive, que é uma de suas principais
características.
O enredo não é indicado para menores, pois foge aos padrões
anteriores da Warner Bros. Animation, entregando cenas com sangue e
assassinatos. Uma abordagem que não poderia ser diferente, já que as
próprias personalidades do Coringa e do Capuz implicam numa narrativa mais
adulta e tensa.
A direção de Brandon Vietti não decepciona. Conduzindo a
trama de maneira fluente, o cineasta utiliza flashbacks das memórias de Bruce
Wayne para contextualizar a história, logo depois volta ao tempo presente em cenas
de ação convincentes. Numa das melhores,
Batman e Capuz tem que se unir para enfrentar o Quarteto Feroz, um grupo de
assassinos enviados pelo Máscara Negra. A edição ajuda a dar dinamismo às
lutas, que são recheadas de elementos, como saltos, golpes e uso de armas. Não só por mostrar a união forçada, essa
sequência resume bem a diferença entre o Capuz Vermelho e o Homem-Morcego.
Com bom roteiro e direção, a animação também é primorosa em
sua qualidade gráfica. A atmosfera carregada de
Gotham é recriada com exatidão, passando por várias locações, como galpões, escritórios, altos de
prédios, metrô e a Batcaverna. O visual dos personagens é condizente com a
densidade da trama, principalmente o Coringa, que aqui é retratado com a
insanidade semelhante à incorporada por Heath Ledger em Batman: O Cavaleiro
das Trevas.
Outro fator que contribui para a qualidade do filme é a
presença de Bruce Timm, produtor que foi responsável pelo sucesso da série
animada do Batman na década de 90. Além disso, a participação de Andrea Romano
- experiente diretora de dublagens – proporciona segurança aos atores em suas interpretações. O elenco de dublagem é composto por
Bruce Greenwood, Jensen Ackles, John Di Maggio, Neil Patrick Harris, Jason
Isaacs.
Como extras, o longa apresenta prévias de Superman/Batman:
Apocalypse, produção que narra a chegada de Kara, a prima de Kal-El à Terra, e
Batman: O Cavaleiro de Gotham, título que mostra seis histórias em estilo anime, cada
uma comandada por um diretor. Há também trailers de outras produções do estúdio.
Batman Contra o Capuz Vermelho é uma das melhores animações
já feitas pela Warner Bros. Animation, na qual todos os elementos de um boa
produção trabalham em harmonia para um resultado excepcional. Assim, esse filme
é para ser visto, sendo você fã ou não de Batman.
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