sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Batman Contra o Capuz Vermelho - Crítica

Cristiano Almeida

A animação Batman Contra o Capuz Vermelho (Batman Under the Red Hood) mescla os arcos das histórias “Morte em Família” e “Sob o Capuz”. É uma produção que mostra Batman enfrentando alguém mais próximo do que ele imagina, alguém que vai confrontá-lo de igual para igual.

O longa começa cinco anos após a morte de Jason Todd (o segundo Robin), assassinado pelo Coringa em uma cruel demonstração da insanidade do Palhaço do Crime. Apesar de ter que conviver com a dor de perder o aliado, Bruce Wayne continua protegendo as ruas de Gotham City. Em uma de suas patrulhas, ele captura três bandidos com a ajuda do Asa Noturna (Dick Grayson, o primeiro Robin), e descobre que o carregamento levado pelo trio era destinado ao Capuz Vermelho.

O misterioso personagem é um típico anti-herói. Ele limpa as ruas da cidade com a mesma eficiência do Batman, porém, não segue o mesmo código de ética do protetor de Gotham. Para ele, matar é sempre uma opção, o que o coloca em conflito com o Morcegão. O grande problema é que o Capuz parece ser alguém muito bem treinado, que antecipa os passos do Homem-Morcego. Em pouco tempo, ele domina todos os líderes da criminalidade, e passa a ser considerado o novo dono do pedaço, menos pelo Máscara Negra, um dos chefões que tem seus negócios prejudicados pela intervenção do justiceiro.

Com o cenário armado, a animação é desenvolvida de forma muito coerente e bem amarrada. O roteiro de Judd Winick apresenta situações de ação, drama e investigação. O texto apresenta o que há de melhor no Cavaleiro das Trevas, mostrando-o como exímio acrobata marcial, perito no uso das bugigangas e também como detetive, que é uma de suas principais características.

O enredo não é indicado para menores, pois foge aos padrões anteriores da Warner Bros. Animation, entregando cenas com sangue e assassinatos. Uma abordagem que não poderia ser diferente, já que as próprias personalidades do Coringa e do Capuz implicam numa narrativa mais adulta e tensa.

A direção de Brandon Vietti não decepciona. Conduzindo a trama de maneira fluente, o cineasta utiliza flashbacks das memórias de Bruce Wayne para contextualizar a história, logo depois volta ao tempo presente em cenas de ação convincentes. Numa das melhores, Batman e Capuz tem que se unir para enfrentar o Quarteto Feroz, um grupo de assassinos enviados pelo Máscara Negra. A edição ajuda a dar dinamismo às lutas, que são recheadas de elementos, como saltos, golpes e uso de armas. Não só por mostrar a união forçada, essa sequência resume bem a diferença entre o Capuz Vermelho e o Homem-Morcego.

Com bom roteiro e direção, a animação também é primorosa em sua qualidade gráfica. A atmosfera carregada de Gotham é recriada com exatidão, passando por várias locações, como galpões, escritórios, altos de prédios, metrô e a Batcaverna. O visual dos personagens é condizente com a densidade da trama, principalmente o Coringa, que aqui é retratado com a insanidade semelhante à incorporada por Heath Ledger em Batman: O Cavaleiro das Trevas.

Outro fator que contribui para a qualidade do filme é a presença de Bruce Timm, produtor que foi responsável pelo sucesso da série animada do Batman na década de 90. Além disso, a participação de Andrea Romano - experiente diretora de dublagens – proporciona segurança aos atores em suas interpretações. O elenco de dublagem é composto por Bruce Greenwood, Jensen Ackles, John Di Maggio, Neil Patrick Harris, Jason Isaacs.

Como extras, o longa apresenta prévias de Superman/Batman: Apocalypse, produção que narra a chegada de Kara, a prima de Kal-El à Terra, e Batman: O Cavaleiro de Gotham, título que mostra seis histórias em estilo anime, cada uma comandada por um diretor. Há também trailers de outras produções do estúdio.

Batman Contra o Capuz Vermelho é uma das melhores animações já feitas pela Warner Bros. Animation, na qual todos os elementos de um boa produção trabalham em harmonia para um resultado excepcional. Assim, esse filme é para ser visto, sendo você fã ou não de Batman.

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Jornalista apaixonado por cinema. Idealizou o blog com o desejo de partilhar as maravilhas da Sétima Arte com outros cinéfilos e quem mais se interessar pelo assunto.