
Não bastasse atuar como o personagem principal Xander Cage, Vin Diesel resolveu também produzir o terceiro longa da franquia. Com muitos milhões no bolso depois do sucesso que sua outra franquia, Velozes e Furiosos, vem alcançando, Diesel comandou o retorno do agente radical na tentativa clara de estabelecer uma nova série cinematográfica. Isso inclui colocar o jogador Neymar atuando como ele mesmo e sendo recrutado por Gibbons (Samuel L. Jackson) para o programa Triplo X. O resultado demonstra que o talento do craque é exclusivo dos gramados.
O recrutamento de Neymar era parte dos esforços de Gibbons para encontrar um sucessor para Xander. Depois de acabar sozinho com o grupo Anarquia 99 no longa de 2002, Cage foi dado como morto e se escondeu numa ilha na República Dominicana empregando seu estilo de vida, o que significa, entre outras radicalidades, descer uma serra num skate em alta velocidade. Sua "aposentadoria" é suspensa quando a personagem de Toni Colette aparece reivindicando o agente para uma nova missão: obter de um grupo a Caixa de Pandora, objeto capaz de controlar satélites para utilizá-los para o terrorismo.
A entrada dela indica uma das falhas do filme: reciclar várias cenas do longa original. Assim, o recrutamento de Cage - que é parte de uma encenação - acontece novamente, assim como a sequência de ação com uma moto. Se ela ficou forçada em Triplo X, fica ainda pior em Reativado. Aqui, além dos saltos inexplicáveis que o veículo ganha sem nenhum impulso, ela é levada para a água com esquis acoplados para que seu piloto surfe ondas, mergulhe no mar e depois saia para a superfície.
Essas sequências de ação demonstram a deficiência no uso do CGI e o desejo de se criar algo muito radical, mas que acabou levando a produção para o lado da galhofa em muitos momentos. Em compensação, Vin Diesel deu sorte de escalar um grupo de atores que trouxe pontos positivos para a continuação. Nina Dobrev está ótima como a nerd responsável pelos gadgets, Ruby Rose surge literalmente certeira como uma sniper lutando contra a injustiça, Donnie Yen e Tony Jaa trazem os movimentos que corroboram a expertise nas respectivas artes marciais de cada um.
Como não há desenvolvimento de personagens (um aprofundamento no personagem de Yen seria interessante), resta ao filme focar no talento desses atores para movimentar a trama. É certo que Tony Jaa acabou desperdiçando seu tempo, pois apenas um ou outro golpe lembra o que ele é capaz de fazer no Muay Thai. Donnie Yen tem mais espaço e participa de três boas sequências que mostram que sua entrada no elenco (ele substituiu Jet Li) foi uma das melhores contratações.
Com direito a uma participação especial de Darius Stone (Ice Cube), o Triplo X de Estado de Emergência, Vin Diesel confirma que quer, assim como em Velozes e Furiosos, construir uma nova família (quase é possível ver Toretto falando). De uma série de carros tunados e rachas que migrou para a ação policial, agora temos esportistas radicais que atuam como espiões. Resta saber se essa franquia será tão longeva quanto sua predecessora.
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