terça-feira, 30 de setembro de 2014

O Protetor – Crítica

Cristiano Almeida

Repetição da parceria vista em Dia de Treinamento entre Denzel Washington e o diretor Antoine Fuqua, O Protetor (The Equalizer) coloca o ator novamente no mundo das máfias, dos crimes e da corrupção policial. A diferença entre as produções é que na primeira o ator vivia um tira corrupto, nesta, ele interpreta um cidadão que se importa com o próximo e com o que é correto.

O filme adapta a série de TV homônima, exibida entre 1985 e 1989, e como tal tem uma atmosfera do cinema de ação das antigas. Denzel é McCall, homem solitário, com habilidades que o tornam um perigo para os criminosos, mas que se esconde sob a fachada de um pacato trabalhador. Metódico e observador, o personagem tem sua rotina toda cronometrada por um relógio que carrega no pulso.

A característica da observação é refletida na direção de Antoine Fuqua. O cineasta filma com atenção aos detalhes, pois quer ali revelar pontos importantes de sua narrativa. Desde o plano-sequência no início da projeção em diante, o longa insere McCall num contexto de regras e protocolos.

No entanto, o protocolo é quebrado pela presença de Alina (Chloe Grace Moretz), jovem garota que é obrigada a prostituir-se. Quando a jovem é espancada por mafiosos russos, ele resolve interferir e acaba confrontando uma extensa rede criminosa. Ou seja, a personagem de Moretz é importante na trama, porque ao mesmo tempo em que rompe a rotina do homem, desperta nele um sentimento há muito adormecido, algo que ele procurava esquecer.

Essa interferência poderia ser aprofundada na relação entre os personagens, porém a oportunidade é deixada de lado para seguir a vingança de um homem só. Assim, com a presença de Teddy, um frio e cruel vilão interpretado por Marton Csokas, temos uma trama maniqueísta, de dois homens com habilidades igualmente impressionantes, mas que as usam de maneira completamente distinta: McCall é objetivo, Teddy é adepto da violência gradativa.

Na ação, Fuqua mistura influências de longas como Busca Implacável e Sherlock Holmes. Para quem conhece a última produção, por exemplo, é facilmente identificável como o diretor coloca o protagonista observando detalhes de seu campo de ação para depois filmar em close-ups de extremo impacto. Já para a exibição de algumas cenas em câmera lenta não há tanto mérito, pois elas não trazem nada de inédito e são desnecessárias em determinados momentos.

Os créditos iniciais do filme apresentam uma frase que resume bem sua proposta. De autoria de Mark Twain, ela diz: “Os dois dias mais importantes da sua vida são: o dia em que você nasceu, e o dia em que você descobre o porquê”. McCall descobriu o porquê, azar dos criminosos que cruzaram o seu caminho.

2 comentários:

  1. Simplesmente demais!!! Não poderia esperar outro resultado de um filme de Denzel.

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    1. Denzel Washington é um ator de papéis bem variados, mas, principalmente na ação, ele se sobressai. A parceria dele com Antoine Fuqua está rendendo ótimos longas.

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Jornalista apaixonado por cinema. Idealizou o blog com o desejo de partilhar as maravilhas da Sétima Arte com outros cinéfilos e quem mais se interessar pelo assunto.