Cristiano Almeida
Elysium é a nova ficção científica do diretor Neill
Blomkamp, cineasta que se tornou conhecido por seu filme de estreia, Distrito
9. Utilizando de muita ironia, como o homem que trabalha na linha de produção
dos androides que serão seus futuros opressores, o diretor continua a fazer
metáforas e críticas à desigualdade social.

Seja pelo uso de citações sutis ou mais expansivas, o enredo - escrito pelo próprio cineasta - faz analogias muito
interessantes à imigração ilegal e à injusta distribuição de renda, problemas históricos em nossa sociedade.
Na trama, Matt Damon interpreta Max, homem que sempre teve
uma vida complicada e ligada ao crime. Apesar dos delitos, ele tem um bom
coração e promete a Frey (Alice Braga) que um dia ambos irão para Elysium, a estação
espacial criada como ponto de fuga ao superpovoamento da Terra. O local é equipado com o que há de melhor em
termos de requinte e avanços da ciência, o problema é que ele é reservado
apenas aos ricos e poderosos.
Nesse sentido, o trabalho da Direção de Arte é incrível,
pois o contraste entre a Terra e a estação é extremamente detalhado. O planeta se tornou uma grande favela, com
prédios velhos, falta de saneamento e sistemas precários. Sob a ótica da
repressão, o único sistema com alguma efetividade é o policial.
Percebe-se muito das características da produção de estreia, como a fotografia e a ambientação, nesta nova empreitada, porém o longa não fica preso apenas a isso. Um exemplo é a câmera lenta, utilizada em conflitos que resultam em cenas mais dramáticas e visualmente melhores.
Percebe-se muito das características da produção de estreia, como a fotografia e a ambientação, nesta nova empreitada, porém o longa não fica preso apenas a isso. Um exemplo é a câmera lenta, utilizada em conflitos que resultam em cenas mais dramáticas e visualmente melhores.
A caracterização dos personagens é outro ponto que agrega
muito ao filme. Damon tem as nuances de alguém sofredor e heróico; Jodie Foster
transmite o ar esnobe da responsável pela defesa de Elysium; o brasileiro
Wagner Moura encarna um hacker criminoso com muita competência e Sharlto
Copley, que trabalhou com Blomkamp em Distrito 9, faz um vilão realmente
repulsivo.
Elysum entra para
a lista daquelas produções de ficção científica com apego à realidade, pois fala do
futuro com raízes no presente. Algumas
de suas ideias seriam de ótimo uso em nossa sociedade, as outras, porém, esperamos
que nunca ultrapassem as telas do cinema.
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