sábado, 23 de julho de 2016

Procurando Dory - Crítica

Cristiano Almeida

Sucesso das animações, Procurando Nemo apresentou uma coadjuvante tão carismática que seu sucesso foi, por diversas ocasiões, maior que o dos próprios protagonistas. A personagem em questão era Dory, peixe da espécie cirurgião-patela que, no filme, sofre de perda de memória recente e ajuda Marlin na procura pelo filho perdido.

Passados treze anos do lançamento do longa original (na animação é apenas um ano), Dory retorna aos cinemas para estrelar sua própria produção e nos revelar muito mais de seu passado. Com um enredo costurado entre o tempo presente e vários flashbacks, vamos conhecendo fatos relevantes da história da personagem, como seu problema de memória ou como acabou se perdendo dos pais.

Dory fica ainda mais graciosa quando mostrada filhote, com olhos grandes e expressivos, e atitudes de uma criança em fase de descoberta. Cercada pelo amor de seus pais, ela aprende lições que serão úteis ao longo de sua vida marinha e, principalmente, quando não os tiver mais por perto para lhe proteger.

Em sua busca para encontrar seus progenitores, os papéis se invertem e agora Marlin e Nemo e que vão atrás de Dory, preocupados com a segurança da amiga desmemoriada. Durante o trajeto, eles se encontram com velhos personagens e conhecem muitos outros que só enriquecem a diversidade de espécies e personalidades da animação.

Entre uma baleia que não enxerga muito bem e uma beluga insegura, a melhor adição é a de Hank, um polvo com sete tentáculos. Ele é um personagem ranzinza, mas com grande coração, que auxilia Dory em muitas situações. Sua grande astúcia e a capacidade de se camuflar rendem os melhores momentos de aventura do filme.

Com a interação de espécies tão diferentes, o roteiro trabalha de forma satisfatória o desenvolvimento de cada uma. Todas apresentam algum ponto onde precisam melhorar ou ter mais atenção, e, durante o cruzamento de seus caminhos, vão aprendendo uns com os outros e se tornando animais melhores. Dory, por exemplo, demonstra uma determinação, que não só é crucial para alcançar seu objetivo, como acaba por influenciar a capacidade mais analítica de Marlin.

Para compor a ambientação, seja ela marinha ou terrestre, a computação gráfica utiliza todos os recursos disponíveis. Peixes, corais, focas, gaivotas, preenchem cenários ricos em detalhes e efeitos de iluminação e sombra. Tudo é apresentado com grande variedade de cores e texturas, mas o oposto, a sujeira, a poluição dos oceanos, é exposta para nos lembrar da importância da preservação.

Procurando Dory é uma animação para toda a família, que ressalta a importância dos laços efetivos. Com personagens que representam a diversidade do mundo animal, o diretor Andrew Stanton trata de temas como amor incondicional, respeito às diferenças, amizade, busca dos sonhos e determinação. Nesse contexto, o lema para nós, humanos, seria seguir em frente diante de alguma dificuldade, no mundo de Dory ele é mais conhecido como: "Continue a nadar, nadar, nadar..."

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Jornalista apaixonado por cinema. Idealizou o blog com o desejo de partilhar as maravilhas da Sétima Arte com outros cinéfilos e quem mais se interessar pelo assunto.