quinta-feira, 24 de julho de 2014

Planeta dos Macacos: O Confronto – Crítica

Cristiano Almeida

A cena inicial de Planeta dos Macacos: O Confronto (Dawn of the Planet of the Apes) demonstra o quão grande foi a devastação virótica iniciada no longa anterior. Em escala mundial, a população humana reduziu consideravelmente. A nação dos macacos, pelo contrário, cresceu e prosperou.

Partindo dessa premissa, acompanhamos César (Andy Serkis), líder dos símios que se estabeleceram na floresta nos arredores de San Francisco. Dez anos depois dos acontecimentos de A Origem, ele e seus comandados vivem com regras e atividades definidas para cada membro em uma comunidade sólida. Porém, a intervenção de um pequeno grupo de humanos, que sobreviveram ao vírus, pode acabar com a paz dos macacos.

A liderança de César é intensificada em vários nuances pelo roteiro de Mark Bomback, Rick Jaffa e Amanda Silver. O protagonista é firme, mas justo; amoroso, mas ameaçador. É uma liderança caracterizada pela inteligência e estratégia, que age de acordo com a situação, e não impulsivamente.

Além de ser um líder, César precisa lidar com as preocupações de um pai, tentando ensinar e proteger seu filho. A presença do jovem é uma sacada interessante do texto, pois ele transmite em seu semblante a dúvida com relação aos humanos, com esse ponto sendo explorado de maneira excelente. De um lado ele tenta se espelhar no pai, de outro sofre a influência de Koba, braço direito do líder, que só enxergou o lado ruim dos humanos.

Com muitas emoções a serem exploradas, entra em cena o incrível sistema de captura de movimentos. Andy Serkis é mais uma vez memorável, transmitindo os sentimentos do macaco de maneira única. Toby Kebbell também é destaque no papel de Koba, pois interpreta um vilão que impressiona pelo visual e pelas atitudes ardilosas.

Trabalhando o conflito de ideias, o diretor Matt Reeves conta uma história balanceada entre momentos família, a tensão que antecede um conflito e a ação. Positivamente, o Design de Produção tem importante parcela na narrativa, porque mostra a ascensão da comunidade símia, que, embora seja rústica, é bem estruturada, em contraponto à localização humana, que é decadente.

Planeta dos Macacos – O Confronto consolida ainda mais o potencial da franquia. A produção entretém com ótimas cenas de ação e referências aos longas antigos, e ainda levanta questões que nos fazem refletir. Com o gancho para o próximo filme lançado, o próprio César nos dá a dica: “A guerra começou.”

2 comentários:

  1. Simples, bem escrita e retratou bem o que senti no Cinema. Realmente a interpretação de Andy Serkis por captura de movimentos é incrível, conseguimos nos emocionar apenas pelo olhar.

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  2. Obrigado! Andy Serkis é um ator fantástico e merecia um Oscar por sua interpretação.

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Jornalista apaixonado por cinema. Idealizou o blog com o desejo de partilhar as maravilhas da Sétima Arte com outros cinéfilos e quem mais se interessar pelo assunto.