Cristiano Almeida
Após sete anos à frente do governo
da Califórnia, Arnold Schwarzenegger retornou ao cinema de ação. Fez participações
especiais em Os Mercenários 1 e 2, mas é em O Último Desafio (The Last Stand)
que o ator volta a ser o protagonista de uma produção.

Schwarzenegger interpreta Ray
Owens, um velho xerife que precisa impedir a travessia de um criminoso na fronteira
entre EUA e México. Com uma premissa
bastante simples, o longa aposta na presença do veterano ator, que dá conta do
recado e mostra que não perdeu a forma de se impor nas cenas.
O roteiro abre pouco espaço para desenvolvimento, o que não
chega a ser um ponto negativo, já que as explicações são compensadas em
diálogos que nos colocam a par da situação e não deixam pontas soltas. Nesse
ponto, o personagem de Forest Whitaker é o responsável pelo intermédio entre a
ação e os detalhes da trama.
É interessante notar que o script utiliza a idade do xerife (e também do ator) para apresentar as
diferenças entre experiência e limitações. Numa cena criminal, por exemplo, ele demonstra aos auxiliares o procedimento correto para a coleta de provas,
porém tem que usar um óculos, já que sua visão não é mais a mesma.
Essa interação entre o protagonista
e os coadjuvantes é bem explorada e divertida. Muito se deve as presenças de
Jamie Alexander, a Lady Sif, de Thor, o brasileiro Rodrigo Santoro e Johnny
Knoxville, ator de Jackass que está alucinado como
sempre.
Com direção do estreante em
Hollywood, o sul-corenao Kim Jee-woon, O
Último Desafio é um bom entretenimento. O diretor aproveita o talentoso elenco
de apoio para equilibrar as cenas de humor e ação, e busca um diferencial para narrar a história (como na ousada fuga do criminoso). O desfecho da produção indica
que Jee-Won tem potencial para comandar outras produções, pois o embate entre o
novo e o clássico que ele nos entrega, seja em formato literal, mecânico ou
metafórico, prova sua facilidade de adequação ao padrão hollywoodiano.
Quanto a Arnold Schwarzenegger, que
já foi bárbaro, exterminador e soldado de elite, a interpretação de um
velho xerife de fronteira parece ser um bom aquecimento para o retorno aos
papéis que o consagraram.
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