sábado, 22 de março de 2014

O Último Desafio - Crítica

Cristiano Almeida

Após sete anos à frente do governo da Califórnia, Arnold Schwarzenegger retornou ao cinema de ação. Fez participações especiais em Os Mercenários 1 e 2, mas é em O Último Desafio (The Last Stand) que o ator volta a ser o protagonista de uma produção.

Schwarzenegger interpreta Ray Owens, um velho xerife que precisa impedir a travessia de um criminoso na fronteira entre EUA e México. Com uma premissa bastante simples, o longa aposta na presença do veterano ator, que dá conta do recado e mostra que não perdeu a forma de se impor nas cenas.

O roteiro abre pouco espaço para desenvolvimento, o que não chega a ser um ponto negativo, já que as explicações são compensadas em diálogos que nos colocam a par da situação e não deixam pontas soltas. Nesse ponto, o personagem de Forest Whitaker é o responsável pelo intermédio entre a ação e os detalhes da trama.

É interessante notar que o script utiliza a idade do xerife (e também do ator) para apresentar as diferenças entre experiência e limitações. Numa cena criminal, por exemplo, ele demonstra aos auxiliares o procedimento correto para a coleta de provas, porém tem que usar um óculos, já que sua visão não é mais a mesma.

Essa interação entre o protagonista e os coadjuvantes é bem explorada e divertida. Muito se deve as presenças de Jamie Alexander, a Lady Sif, de Thor, o brasileiro Rodrigo Santoro e Johnny Knoxville, ator de Jackass que está alucinado como sempre.

Com direção do estreante em Hollywood, o sul-corenao Kim Jee-woon, O Último Desafio é um bom entretenimento. O diretor aproveita o talentoso elenco de apoio para equilibrar as cenas de humor e ação, e busca um diferencial para narrar a história (como na ousada fuga do criminoso). O desfecho da produção indica que Jee-Won tem potencial para comandar outras produções, pois o embate entre o novo e o clássico que ele nos entrega, seja em formato literal, mecânico ou metafórico, prova sua facilidade de adequação ao padrão hollywoodiano.

Quanto a Arnold Schwarzenegger, que já foi bárbaro, exterminador e soldado de elite, a interpretação de um velho xerife de fronteira parece ser um bom aquecimento para o retorno aos papéis que o consagraram.

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Jornalista apaixonado por cinema. Idealizou o blog com o desejo de partilhar as maravilhas da Sétima Arte com outros cinéfilos e quem mais se interessar pelo assunto.