terça-feira, 10 de maio de 2016

Guerra Mundial Z - Crítica

Cristiano Almeida

Guerra Mundial Z (World War Z) adapta o livro homônimo de Max Brooks mostrando a maior concentração de zumbis por metro quadrado de tela. Isso é evidenciado pela pandemia em escala global, que lembra a premissa do filme Contágio, e acaba por se diferenciar das produções que, geralmente, ambientam a trama em deslocamentos regionais.

Brad Pitt interpreta Gerry Lane, ex-investigador das Nações Unidas que é convocado pela organização para descobrir a causa e uma cura para a transformação de pessoas em mortos-vivos. Relutante, Lane aceita a missão e parte em busca de respostas, enquanto tenta se livrar dos ataques ferozes das criaturas. Em meio ao caos, a personalidade observadora do personagem é fator crucial no desenvolvimento da trama.

O livro é caracterizado por depoimentos de pessoas que lutaram contra os zumbis. No filme, o foco é a ação do início ao fim, com algum suspense (acompanhado de sustos para os mais desavisados) e muita correria. Os momentos de pausa interligam muito bem uma cena de ação a outra e trazem explicações em diálogos que remontam a questões históricas e políticas.

A proposta do roteiro é muito válida por demonstrar como seria se algo semelhante realmente atingisse vários países ao mesmo tempo. Além da óbvia sensação de pânico, de isolamento, temos também a instalação do caos, onde os sistemas de ordem não mais existem e são poucos os que tentam buscar uma solução. Assim, percebemos referências de produções como Eu Sou a Lenda, The Walking Dead e Extermínio.

A redução na censura do longa impossibilitou o uso de takes que mostrassem mordidas mais sanguinárias ou zumbis com um machado fincado na cabeça. Para não tornar o filme maçante, o diretor Marc Forster explora o potencial das sequências de ação, nos lembrando sempre da dimensão do problema com várias tomadas aéreas. O melhor take envolve a ocupação da cidade de Jerusalém, onde as criaturas se amontoam fazendo uma espécie de escada para escalar os altos muros (essa cena é mostrada no trailer).

A caracterização dos mortos-vivos não é a clássica, ou seja, decrépita e lenta. Aqui, eles são muito rápidos e parecem mais raivosos. Em paralelo, seus ataques ora são feitos na espreita, ora são realizados por grandes grupos. Com isso, a trilha sonora é bem balanceada nesses dois pontos, entregando as notas tradicionais de uma produção que eleva o suspense e a que enaltece a sequência de ação.

O longa termina de forma conclusiva, mas abre uma possibilidade interessante para a continuação (já confirmada pelo estúdio). Se você procura um filme tradicional de zumbis, este não é o caso aqui. Porém, se quer ver uma produção com toques de suspense, muita ação e entretenimento, Guerra Mundial Z preenche as características com folga.

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Jornalista apaixonado por cinema. Idealizou o blog com o desejo de partilhar as maravilhas da Sétima Arte com outros cinéfilos e quem mais se interessar pelo assunto.