segunda-feira, 28 de março de 2016

Batman Vs Superman: A Origem da Justiça - Crítica

Cristiano Almeida

Batman e Superman são dois dos maiores heróis de todos os tempos. Acompanhados da Mulher-Maravilha, eles formam a poderosa Trindade da DC Comics e são a base da Liga da Justiça. Sempre representados no cinema em filmes isolados, os personagens têm a primeira oportunidade de agirem juntos para dar início ao universo compartilhado da editora nos cinemas.

A proposta aqui é completamente distinta da concorrência. O objetivo é narrar as tramas com apego à realidade de questões como a ação solitária de vigilantes ou a reação da humanidade diante da presença de um alienígena com um poder gigantesco. Com base nesses pontos, Zack Snyder apresenta duas visões: a primeira é a de Bruce Wayne/Batman (Ben Affleck), a segunda, de Lex Luthor (Jesse Einserberg).

Para Batman, um implacável combatente do crime há mais de 20 anos, Superman (Henry Cavill) não é a figura messiânica como muitos o veem, pelo contrário, ele é um ser com poder para conquistar o planeta sem a menor dificuldade. Movido pelo seu senso de justiça, o Homem-Morcego decide enfrentar a ameaça.

Já para Luthor, um homem manipulador e dissimulado, o Homem de Aço é como uma divindade, mas sem representação para as pessoas. Em sua megalomania, o vilão orquestra um plano que reflete uma mentalidade deturpada, insana, mas extremamente eficaz em tecer o caminho pelo qual quer que seus desejos sigam.

Em paralelo ao iminente confronto dos heróis, caminha a misteriosa personagem de Gal Gadot. Sua Mulher-Maravilha carrega com simplicidade as principais características de Diana: a beleza de uma princesa e a força de uma amazona, fato que anula o questionamento quanto ao físico da atriz. Ela representa uma ajuda crucial para Batman e Superman num momento em que o inimigo é maior que o conflito de ideais. É, ainda, os olhos da plateia diante dos futuros integrantes da Liga da Justiça.

Com essas peças, Snyder mantém um ritmo narrativo semelhante ao visto em O Homem de Aço: um começo mais lento, no qual estabelece conexões e informações, para depois culminar num clímax grandioso. Uma opção que pode desagradar alguns espectadores, visto que a montagem é bastante fracionada no primeiro ato.

A preparação para o confronto, porém, preenche grande parte do filme e utiliza também as identidades civis dos heróis. Num diálogo ótimo, o jornalista Clark Kent e o bilionário Bruce Wayne divergem sobre a ação do Homem-Morcego de Gotham e do Homem de Aço de Metrópolis. Uma cena que demonstra que a discordância na forma de pensar não é restrita ao disfarce dos heróis.

Quando a luta chega, Zack Snyder não decepciona na forma de filmar. Com referências ao clássico Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller, e Lex Luthor: Homem de Aço, de Brian Azzarello, o diretor entrega uma luta digna dos personagens. Ele entende como deve ser representada a movimentação do Batman, como deve ser inserida sua inteligência para a estratégia, como o Superman deve conter, mas também usar seus poderes para escapar das situações. É um duelo empolgante, que empata em importância quando a Trindade se reúne, quando os três heróis dividem o mesmo enquadramento e podemos notar os primórdios do que virá a ser o poderoso grupo.

Além do comando do cineasta, a entrega dos atores é elogiável. Por vezes ridicularizados, os intérpretes não se deixaram abater e trataram com seriedade o trabalho, construindo nuances inerentes ao perfis marcantes dos personagens. Com as atuações, fica o desejo de querer vê-los novamente nos papéis, contribuindo para outras adaptações e a consequente expansão do Universo DC nos cinemas.

De heróis a vilões, passando pela adaptação de grandes HQs, Batman Vs Superman pavimenta o terreno para as vindouras produções. As várias pistas lançadas ao longo da projeção indicam que as mentes criativas por trás do planejamento estão empenhadas em tornar o UCDC algo real, literalmente real.

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Jornalista apaixonado por cinema. Idealizou o blog com o desejo de partilhar as maravilhas da Sétima Arte com outros cinéfilos e quem mais se interessar pelo assunto.