
Para interpretar o Mercenário Tagarela, Ryan Reynolds ganhou mais uma chance. Ele viveu o personagem em X-Men Origens: Wolverine, de 2009, e devido a um roteiro ruim e direção idem, seu Deadpool permaneceu apenas como um projeto do que ele realmente é nas histórias em quadrinhos. No entanto, o ator não desistiu e com esta nova produção provou que é possível fazer um longa digno de todo o anti-heroísmo do personagem.
Entregue ao papel com devoção, Reynolds encarna Wade Wilson, ex-militar que atua como mercenário. Apaixonado por Vanessa Carlysle (Morena Baccarin), Wade planeja se casar para continuar vivendo uma linda história de amor. Porém, um diagnóstico de câncer interrompe o romance e direciona ele para um projeto secreto de criação de mutantes. Com o resultado não saindo como o esperado, nasce um homem sedento por vingança e muito mais brincalhão do que já era.
X-Men, estúdio Fox, DC Comics, Hugh Jackman, a carreira de Ryan Reynolds e o próprio filme, nada escapa à língua afiada do mercenário. São piadas encaixadas perfeitamente nos diálogos ou em easter eggs, arrancando risos a todo momento e demonstrando como é importante trabalhar sem tanta interferência do estúdio. É um conteúdo que indica também como é crucial classificar a produção de acordo com o perfil do personagem para que as possibilidades não fiquem sujeitas às restrições.
Por se passar no mesmo universo de X-Men, Deadpool conta ainda com participação do mutante metálico Colossus (voz de Stefan Kapicic) e da jovem Negasonic Teenage Warhead (Brianna Hildebrand). O membro russo da escola Xavier é representado de forma bem melhor que sua versão anterior, sendo responsável por uma sequência hilária ao lado do protagonista.
Assim como os tiros nas cabeças dos inimigos, outro ponto certeiro em Deadpool é a trilha sonora. Numa união de clássicos, músicas da década de 60 e composições mais atuais, a trilha é parte essencial da narrativa, seja para dar um tom badass em determinada cena, como em X Gon Give it To Ya, de DMX, ou desempenhar função irônica, como em Mr. Sandman, de The Chordettes.
Deadpool prova como é importante ter o envolvimento de profissionais que saibam identificar o que o público espera e que realmente conheçam os personagens das adaptações. É óbvio que o retorno financeiro é importante, mas ele é consequência de um trabalho bem realizado. A cena pós-créditos continua tirando sarro (não poderia ser diferente), mas demonstra que, em meio a toda essa zoeira, o Mercenário Tagarela encontrou o seu caminho.
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