
Para transformar sua obstinação em conquistas, Johnson (Michael B. Jordan) viaja ate a Filadélfia para pedir que Rocky Balboa (Sylvester Stallone) o oriente. Ainda cuidando de seu restaurante, como visto no longa de 2006, o ex-campeão prefere manter sua vida pacata longe dos ringues. No entanto, devido ao respeito por Apollo e a insistência do rapaz, Rocky assume o papel de Mickey e decide ajudar no treinamento.
Começa assim uma relação alternada entre os campos profissional e pessoal. Na ausência do pai, Adonis não teve a orientação necessária para canalizar sua energia da forma correta, o que acaba por ser preenchido na figura de Balboa. Este, por sua vez, vê na determinação do rapaz uma força extra para enfrentar o maior adversário que a vida lhe reservou.
É nesse quesito pessoal de Rocky Balboa que Sylvester Stallone demonstra o merecimento pelas indicações e prêmios que recebeu. O ator preenche seu espaço de coadjuvante com uma interpretação digna e emocionante em vários momentos. Depois de tanto contribuir para o cinema de ação, é num papel mais dramático que ele parece propenso a muitas conquistas.
A construção do Adonis Johnson de Michael B. Jordan também tem vários méritos. Vivendo à sombra do pai, o impetuoso pugilista luta para vencer e se provar. O sangue, o amor pelo esporte é de um Creed, mas será que ele carrega o mesmo talento para a luta?
Além dos traumas de cada um, o filme ainda consegue apresentar de forma divertida a transição entre duas gerações de boxeadores. Rocky é o clássico, é aquele que segue os modelos tradicionais de treinamento, que utiliza papel e lápis para anotar uma série de exercícios; Adonis é o contemporâneo, o jovem da era digital que tira fotos e armazena dados num celular.
Personalidades distintas, objetivos iguais: lutar dentro e fora dos ringues. Com essa dualidade, o roteirista e diretor Ryan Coogler constrói um derivado que respeita o legado de Rocky. Da trilha sonora clássica às referências ao outros longas, Coogler fez em Creed: Nascido para Lutar um filme que tem seus momentos de reverência ao que foi iniciado em 1976, mas que também possui plenas condições de caminhar de maneira autônoma e conquistar velhos e novos fãs.
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