
Sugestivamente, o longa estreou próximo ao Halloween, ocasião conhecida no território americano como O Dia das Bruxas. Lá, o dia 31 de outubro é a oportunidade para se fantasiar e sair às ruas em busca de doces ou travessuras, tudo num clima de muita amizade e brincadeira. No filme, até aparecem umas bruxas do bem, mas o foco mesmo é a maldade da Rainha das Bruxas (Julie Engelbrecht sob pesada maquiagem), que está disposta a lançar uma praga contra a humanidade.
Em seu caminho está Kaulder (Vin Diesel), um guerreiro medieval que, ao confrontar a rainha, acaba sendo amaldiçoado com a eternidade. Oitocentos anos depois ele continua a lutar contra as criaturas, patrulhando a Nova York da época atual. Conhecido como A Arma, sua fama o precede e aterroriza quem cruza seu caminho.
Kaulder trabalha para a igreja e é assessorado por padre Dolan (Michael Caine), um descendente de uma antiga ordem de padres que acompanham o guerreiro em suas aventuras. Prestes a se aposentar e ceder o lugar para o número 37 na sucessão, ele sofre um atentado.
Não bastasse manter as bruxas sob controle, o caçador começa sua investigação e descobre uma trama mais complexa por trás do crime. Durante o processo, ele conhece Chloe (Rose Leslie), uma bruxa gente boa que só quer ficar na dela. A personagem é muito importante para o filme, pois, além de ser um possível interesse amoroso de Kaulder, ainda revela - graças a um poder especial - que certos fatos são apenas a ponta do iceberg.
E na interação entre o guerreiro, o velho Dolan e a bruxa do bem que O Último Caçador de Bruxas ganha em termos de personagem, porque a motivação para a investigação vem do atentado ao padre, e as pistas descobertas estão ligadas aos momentos com Chloe. Com isso, o novo Dolan (personagem de Elijah Wood) se faz avulso ao andamento da projeção. Colocado ali como um sucessor, ele é utilizado para uma desnecessária reviravolta no clímax, que provou ser mais eficaz com o uso do poder da jovem bruxa.
Com cenas bem construídas em CGI e o uso de muita magia, o filme volta a ganhar pontos. Os quatro elementos naturais, runas, feitiços, poções - termos tão recorrentes em histórias de bruxas e fantasia - ajudam a compor um visual e uma narrativa condizentes com essa ambientação. No entanto, com a possibilidade de explorar mais profundamente o submundo das criaturas, o longa acaba desperdiçando a oportunidade.
Já pensando numa sequência (quem sabe numa trilogia), a produção encerra um arco e deixa um gancho promissor. Um indício de que Vin Diesel pretende trilhar com mais frequência o caminho da fantasia e da aventura composta por elementos de RPG, um gênero de jogos que o ator é muito fã.
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