sexta-feira, 2 de outubro de 2015

G.I. Joe: Retaliação - Crítica

Cristiano Almeida

Sequência do filme de 2009, G.I. Joe: Retaliação (G.I. Joe 2: Retaliation) teve sua estreia adiada em um ano. A justificativa do estúdio foi uma conversão do longa para o 3D e, segundo boatos, um aproveitamento melhor das cenas com Channing Tatum. No primeiro caso, foi o que realmente aconteceu, no outro, foram só rumores mesmo, pois as cenas do ator foram exatamente as filmadas.

Recentemente, Tatum declarou que odeia G.I. Joe: A Origem de Cobra, porque levou aos produtores seu desejo de interpretar Snake Eyes, mas, sob a possibilidade de sofrer um processo, teve que viver o soldado Duke. A questão é que em virtude de sua insatisfação, ele teve menos espaço nesta continuação, o que fica evidente com a entrada de Roadblock, personagem interpretado por Dwayne Johnson.

Com os Joes sendo formados agora por poucos membros, resta a Roadblock liderar o pequeno grupo até a localização de Joe (Bruce Willis), um aliado que pode ajudar a desmantelar o plano da organização Cobra de assumir a Casa Branca. O uso deste símbolo americano possibilita a inclusão de um contexto político real na narrativa, o que dá ao filme um tom mais sério, diferente da ação desenfreada da primeira produção.

Além da ajuda de Joe, Roadblock conta ainda com os apoios de Flint (DJ Cotrona) e Lady Jaye (Adrianne Palicki). Como não poderia deixar de ser, a presença de Snack Eyes (Ray Park) é garantida, bem como o seu confronto com Storm Shadow (Lee Byung-hum). A participação dos dois é composta por alguns flashbacks que nos explicam a origem da rivalidade entre os ninjas.

A ideia de converter o longa para 3D foi correta, pois as cenas de ação têm um impacto visual incrível. Destaco a sequência em que Snack Eyes e Jinx (Elodie Yung) vão capturar Storm Shadow, que está escondido num abrigo localizado em uma montanha. A vertiginosa cena é filmada em um plano geral que nos coloca como parte daquele grandioso cenário.

Para um diretor acostumado a trabalhar mais com produções musicais, como Ela Dança, Eu Danço 2 e 3, John M. Chu mostrou que sabe comandar também um filme de ação. A cena destacada acima, as coreografias de luta entre Snake e Storm, e o duelo pessoal entre Roadblock e Firefly (Ray Stevenson) demonstram controle da técnica e da complexidade de cenas desse porte.

A trama, escrita por Rhett Reese e Paul Wernick - dupla responsável pelo ótimo Zumbilândia - é bem direcionada quando o assunto é o tratamento de questões políticas e o aprofundamento dos personagens. A falha acontece em alguns furos no roteiro e na falta de uma continuidade melhor, em relação ao primeiro longa, principalmente com a participação de Storm Shadow. Quem assistiu A Origem de Cobra sabe que sua aparição em Retaliação deveria ser explicada mais detalhadamente e não apenas imposta como se nada tivesse acontecido.

Apesar disso, é notável o progresso que a franquia vem conquistado a cada produção, passando de um texto mais focado na ação para um com aspecto mais político. O terceiro G.I. Joe já teve sinal verde do estúdio para ser produzido e contará com Dwayne Johnson como protagonista. O ator se encaixa perfeitamente nesse mundo de soldados e armas de grande impacto e, quem sabe, estará presente até no vindouro crossover com Transformers.

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Jornalista apaixonado por cinema. Idealizou o blog com o desejo de partilhar as maravilhas da Sétima Arte com outros cinéfilos e quem mais se interessar pelo assunto.