segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Ted 2 - Crítica

Cristiano Almeida

Com o lançamento de Ted, Seth MacFarlane transportou para o cinema o conteúdo aparentemente infantil de suas produções da TV, como Family Guy, para tirar sarro da sociedade. Na sequência do sucesso, o diretor brinca com diversas situações do cotidiano e tenta transformar o ursinho desbocado num indivíduo mais sério.

Essa seriedade é decorrente do fato de Ted querer casar e ter um filho com Tami-Lynn (Jessica Barth). Por motivos óbvios, a pelúcia não tem como engravidar a mulher, logo, decide recorrer ao processo de adoção. O problema é que o estado não reconhece Ted como uma pessoa e, além de negar o pedido, anula sua união com Tami.

Frustrado, o urso pede ajuda a John (Mark Wahlberg), que o auxilia a contratar a advogada Samantha Jackson (Amanda Seyfried) para processar o estado. A personagem é uma adição certeira ao elenco, pois não só ajuda os personagens em seus problemas, como participa da zoação. Enquanto Lori (Mila Kunis) era o oposto de John, reprimindo suas ações, Samantha apoia a amizade entre o humano e o brinquedo, e ainda participa das mesmas diversões ilícitas deles.

A afinidade da advogada com os dois para por aí. Como vimos em Ted, são diversas as referências à cultura pop em geral, referências estas que são ampliadas nesta continuação. Contudo, Samantha não entende nada desse mundo e é responsável por ótimos momentos quando confunde a Enterprise com um disco voador ou não faz ideia de quem seja Gollum ou Rocky, fato que deixa os amigos malucos com sua ignorância.

Parte dessa ampliação é narrada durante a passagem dos personagens pela Comic-Con. Entre desfiles de cosplays e muitas confusões, a sequência tem um teor bem parecido com o visto no primeiro filme, pois repete - embora sob outra ótica - a relação de companheirismo de John e Ted.

Um detalhe que não prejudica o longa em seu objetivo de satirizar a sociedade americana. Com várias participações especiais, que vão de Liam Neeson ao apresentador Jay Leno, passando pelo jogador de futebol americano Tom Brady, a produção de MacFarlane não tem limites. Brady, inclusive, é alvo de uma zoação bem pesada até para os padrões do diretor. Tirem as crianças da sala!

À época do lançamento de Ted, um certo deputado brasileiro queria tirá-lo de cartaz, pois ficou chocado quando levou seu filho para assistir ao filme e viu que o personagem bebia, fumava e falava palavrões. Não faça como o deputado e se deixe enganar pela aparência inocente de Ted, porque detrás de todas as camadas de algodão, as intenções do ursinho podem deixar até os adultos mais preparados um tanto desconfortáveis.

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Jornalista apaixonado por cinema. Idealizou o blog com o desejo de partilhar as maravilhas da Sétima Arte com outros cinéfilos e quem mais se interessar pelo assunto.