domingo, 20 de setembro de 2015

Maze Runner: Prova de Fogo - Crítica

 Cristiano Almeida

O labirinto foi apenas o começo. O slogan de Maze Runner: Prova de Fogo (The Scorch Trials) não é uma frase utilizada apenas para demonstrar que este filme é a sequência de Correr ou Morrer. O objetivo é indicar que Thomas (Dylan  O'Brien), Teresa (Kaya Scodelario) e o restante do grupo ainda estão longe de se livrarem das garras da C.R.U.E.L., a organização que os aprisionou em um labirinto mortal no primeiro longa.

Quando os jovens são resgatados por soldados e levados para uma instalação militar, descobrem - graças ao senso de desconfiança de Thomas - que o local é apenas uma extensão dos domínios da organização. Escapando de lá, o jovem, seus parceiros de fuga do labirinto e as novas amizades formadas na instalação têm de encarar vários desafios em um deserto pós-apocalíptico.

O deserto é representado num excelente trabalho do Design de Produção. Prédios abandonados e destruídos, veículos velhos e enferrujados, aridez a perder de vista, tudo torna o cenário desolador e verossímil. Numa comparação, temos uma mistura dos elementos vistos em Mad Max e Insurgente.

Não só pelas dificuldades que um ambiente desértico poderia representar, o grupo ainda tem de lidar com os ataques dos Cranks, zumbis que se escondem nas ruínas. A inclusão desses seres dá um toque de terror ao longa em vários momentos e proporciona alguns sustos aos mais desavisados. É interessante ainda a inclusão de um segundo estágio na transformação das criaturas, representado por um ótimo trabalho de maquiagem.

Wes Ball, que também dirigiu o primeiro filme, repete o bom trabalho realizado anteriormente. Dessa vez, ele teve um orçamento maior e não desperdiçou a oportunidade de trazer uma experiência melhor e em 3D. Contudo, é importante notar que Ball consegue transmitir várias situações empregando soluções mais simples. Por exemplo, quando os jovens estão fugindo de um ataque dos Cranks num ambiente sem luz, o diretor compensa a escuridão filmando os atores correndo com lanternas nas mãos, o que visualmente gera um efeito interessante.

No elenco, além do retorno de vários personagens, temos novos nomes. Giancarlo Esposito (Breaking Bad) e Rosa Salazar interpretam, respectivamente, Jorge e Brenda. Eles são peças cruciais para o desenrolar da trama, e para direcionar Thomas e os outros membros para uma luz no fim do túnel: a localização de uma resistência que diverge dos métodos da C.R.U.E.L. Um antagonismo inserido de forma a exemplificar a luta contra um regime que manipula as mentes dos cidadãos para obter benefícios próprios.

Destaque ainda para o roteiro que tem um teor muito mais maduro nesta continuação. A luta contra os zumbis, a constante perseguição da organização e os desafios do deserto são parte das dificuldades que os jovens têm de encarar. Morte, traição, o futuro da humanidade, a responsabilidade de lutar ou desistir, pontos que são desenvolvidos entre o grupo numa analogia bem coerente com as decisões da vida real, afinal, chega uma fase na vida de todo jovem em que ele precisa se responsabilizar pelos seus atos e opções.

Assim como Correr ou Morrer, Prova de Fogo termina com um gancho para o filme seguinte, no caso, a adaptação de A Cura Mortal, livro que fecha a trilogia. Por hora, descobrimos o que vinha depois do labirinto, porém, a qualidade do longa nos deixou ansiosos em descobrir os segredos do passado de Thomas, de Teresa e em saber como será o futuro deles.

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Jornalista apaixonado por cinema. Idealizou o blog com o desejo de partilhar as maravilhas da Sétima Arte com outros cinéfilos e quem mais se interessar pelo assunto.