sexta-feira, 31 de julho de 2015

Pixels - Crítica

Cristiano Almeida

Adaptação do curta homônimo de Patrick Jean, Pixels narra a história de uma invasão de seres alienígenas baseada em jogos de videogames oitentistas, como Pac-Man e Tetris. Assim como Detona Ralph, o filme traz à tona um sentimento de nostalgia de quem se divertiu com os jogos daquela década e trata em forma de piada questões militares envolvendo a retaliação americana frente aos conflitos.

A invasão é apresentada como a resposta dos extraterrestres à tentativa de contatos dos humanos. Durante um campeonato de games na década de 80, vários exemplos de nossa cultura, como jogos, séries e clipes, foram reunidos e enviados ao espaço. Os ETs entenderam a mensagem como uma declaração de guerra e, utilizando-se dos métodos dos jogos, vêm à Terra para destruí-la.

Para conter os invasores são chamados os finalistas daquele campeonato: Brenner (Adam Sandler) e Eddie (Peter Dinklage). Eles atuam em parceria com a oficial do exército interpretada por Michelle Monaghan, que acompanha o desenvolvimento de armas capazes de derrotar os vilões, e do nerd aficionado em teoria da conspiração vivido por Josh Gad.

Sandler faz praticamente o mesmo personagem de seu último filme: o loser com um emprego sem graça, aos seus olhos, e sem sorte no amor. Ao longo da produção, no entanto, o personagem é desenvolvido de forma a mostrar que sempre ouve um potencial a ser explorado naquele perdedor. Quem parece pouco à vontade em seu papel é Kevin James, e não poderia ser pra menos, já que forçadamente ele é o presidente americano no longa. Com isso, todo o protocolo de segurança e atividades do líder é direcionado para a piada, mas não funciona.

A compensação para esses momentos vem da literal transformação de grande parte do filme em um jogo. Desse modo, duas sequências merecem destaque: a primeira mostra os protagonistas pilotando quatro Mini Coopers pelas ruas de Nova York para enfrentar o Pac-Man. Os veículos representam os fantasmas inimigos do comilão e os labirintos do jogo são compostos pelas ruas da cidade. Essa cena é tão bem pensada que até as pílulas de imunidade estão presentes.

Já na outra fase... ops, quis dizer cena, temos um embate contra Donkey Kong visto numa sucessão de efeitos que transmitem de forma divertida toda a dinâmica do jogo. Barris, escadas, marreta, todos os elementos do game em que Mario corria para salvar a princesa do gorila estão lá.

Entre participações especiais de muitos personagens de jogos e de uma contribuição hilária do criador de Pac-Man, Toru Iwatani, o longa tem alguns diálogos interessantes. São momentos que questionam o conceito de diversão para duas épocas distintas, fazem um comparativo entre os games de antigamente e os atuais, e podem ser alvo de um debate sobre a evolução dos jogos eletrônicos.

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Jornalista apaixonado por cinema. Idealizou o blog com o desejo de partilhar as maravilhas da Sétima Arte com outros cinéfilos e quem mais se interessar pelo assunto.