quarta-feira, 15 de julho de 2015

O Exterminador do Futuro: Gênesis – Crítica

Cristiano Almeida

Diretor dos dois primeiros filmes de O Exterminador do Futuro, James Cameron declarou publicamente ter ficado desapontado com os longas seguintes, A Rebelião das Máquinas e A Salvação, respectivamente. A nova tentativa de agradar o cineasta e o público que não gostou das últimas produções é O Exterminador do Futuro: Gênesis (Terminator Genisys), quinto filme da franquia estrelada por Arnold Schwarzenegger. 

Depois de ter ficado de fora do último longa (sua participação foi apenas digital), Schwarzenegger retorna ao papel que o consagrou. "Velho, mas não obsoleto" é como o próprio exterminador se declara, uma afirmação que serve também para a presença de Arnold. O ator mostra que ainda dá conta do recado e apresenta uma explicação simples e eficaz para contornar a passagem do tempo e justificar mais uma interpretação de T–800: a pele que recobre o esqueleto de metal do robô é humana, logo, ela envelhece como a de um humano.

Neste filme, mais que uma máquina vinda do futuro para proteger Sarah Connor, o ciborgue tem uma representação paternal. Tratado carinhosamente por "Papi" por Sarah (Emília Clarke), o organismo robótico é o único companheiro da jovem e tenta passar desapercebido no mundo dos humanos. 

Essa convivência num período anterior ao clássico de 1984 é uma das grandes mudanças do filme, que, como não poderia deixar de ser, também apresenta um novo modelo de exterminador. Infelizmente, o trailer e os cartazes não mantiveram o suspense e estragaram o que poderia surpreender no cinema, revelando prematuramente quem era o novo enviado da Skynet.

Embora esse equívoco na divulgação tire parte da força do longa, ele ainda tem algumas cartas na manga, como a recriação de parte das tramas de Terminator 1 e 2 sob outra ótica. O passado para o qual Kyle Reese (Jai Courtney) retorna em Gênesis não é o mesmo visto no longa da década de 80. O soldado chega em um momento em que eventos anteriores já modificaram o que seria o seu campo de atuação e, consequentemente, o futuro de suas ações.

Com essa ideia, o filme fica repleto de referências aos dois longas, trazendo personagens de volta, como o T–1000, e repetindo cenas marcantes das produções. A partir daí, a proposta é seguir por uma linha temporal diferente, apresentando acontecimentos que fogem à regra da série e criando outras possibilidades.

Tecnicamente, o filme não traz tantas inovações como se esperava. T2 foi  revolucionário por seus efeitos visuais e, quando comparado a ele, T5 é tímido nesse quesito. A inspiração nas produções anteriores acaba por determinar a base para as cenas, o que não soa interessante em algumas sequências. 

A intenção de O Exterminador do Futuro: Gênesis é boa, mas a fórmula dá sinais de desgaste, afinal já vimos várias vezes a luta de Sarah ou de seu filho para escapar do exterminador. Uma pena que O Exterminador do Futuro: A Salvação foi um longa incompreendido e não teve continuidade, pois sua premissa deveria ser o caminho mais lógico para a seguimento da franquia. Se os três primeiros filmes nos mostraram o que aconteceu no passado, o ideal era saber como foi o desenrolar da guerra entre humanos e máquinas no futuro.

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