
A estratégia em questão é a inclusão em Os Mercenários 3
(The Expendables 3) de um novo grupo de integrantes. Entre atores saídos de adaptações de livros juvenis e a musa do MMA, Ronda Rousey, o grupo é atual em ideias
e atitudes. Apesar de ter um roteiro melhor que seus antecessores (não necessariamente por essas mudanças),
a produção acaba fazendo escolhas ruins ou desnecessárias para esta terceira aventura.
Na história, Barney Ross (Sylvester Stallone) e seu time tentam
impedir a ação de um contrabandista de armas. Ross fica surpreso quando
descobre que o criminoso na verdade é Conrad Stonebanks (Mel Gibson), um dos
fundadores do grupo Os Mercenários, que passou para o outro lado e era dado
como morto pelo próprio Barney Ross.
Não bastasse um Mel Gibson vilão, o filme resgata
literalmente Wesley Snipes de sua prisão. Na vida real, o ator ficou preso por
sonegação de impostos, situação que rende algumas piadinhas. Não só pelas brincadeiras
internas, a adição de Snipes é certeira, pois ele mostra que continua em ótima
forma, trazendo variedade às cenas de ação e confrontando as habilidades com a
faca do personagem de Jason Statham.
Some a isso as presenças de Harrison Ford, de um Antonio
Banderas no melhor estilo Zorro e de uma trama com revelações sobre o passado
de Ross, e temos os ingredientes para mais uma sessão nostalgia. Contudo, o
problema começa quando o roteiro julga tais elementos insuficientes para a
produção e inclui mais personagens do que deveria.
Os jovens mercenários até chegam a proporcionar bons
momentos, como a piada com o cinema de 85 e algumas cenas de ação, mas a justificativa
de Ross para a substituição de seus antigos companheiros é discutível. A longa sequência de recrutamento é outro
ponto falho e faz o ritmo do filme cair consideravelmente.
Em comparação com Os Mercenários 1 e 2, longas comandados
por Stallone e Simon West, respectivamente, o diretor Patrick Hughes consegue ser
mais intenso na ação. Tanto na tradicional cena de abertura como no clímax,
Hughes ousa mais na forma de retratar os confrontos. A qualidade, porém, não é
constante e alguns momentos são descartáveis e tecnicamente deixam a desejar.
Ao tomar a decisão de renovar, o filme acaba indo contra sua
própria concepção: reunir os grandes astros do cinema de ação. A renovação,
claro, é louvável, mas ela ficaria melhor dentro de outro contexto e com
um desenvolvimento mais balanceado. Para quem vinha acertando os inimigos e o
público-alvo em cheio, este longa foi um tiro de raspão para as intenções de Stallone.
Leia a crítica de Os Mercenários 2
Leia a crítica de Os Mercenários 2
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