terça-feira, 5 de agosto de 2014

Guardiões da Galáxia – Crítica

Cristiano Almeida

A aposta era arriscada. Assim como aconteceu com o Homem de Ferro, em 2008, o Marvel Studios tinha a intenção de apresentar personagens até então desconhecidos do grande público. No longa do Vingador Dourado, acontecia uma introdução do universo cinematográfico, neste, uma expansão de algo cada vez mais consolidado. Eles apostaram e, novamente, acertaram.

Guardiões da Galáxia (Guardians of the Galaxy) é como o próprio diretor James Gunn classificou: “...uma comédia de ação”, logo, segue o padrão Marvel de produzir filmes: descontração, piadas em momentos inoportunos para alguns, e bem colocadas para outros. Divergências à parte, a produção é divertida e competente em apresentar os Guardiões.

Na trama, Chris Pratt é Peter Quill/Senhor das Estrelas, aventureiro espacial que toma posse de um antigo artefato, objeto este que é pretendido pelo poderoso alienígena da raça Kree, Ronan – O Acusador (Lee Pace). Ronan quer utilizá-lo, pois pretende destruir o planeta Xandar, local onde é mantida a base da Tropa Nova. Quill, que desde pequeno demonstrava aversão à injustiça, acaba se reunindo, por acaso, com um grupo de seres espaciais para impedir a devastação.

Com personagens tão díspares entre si, um humano, uma princesa rebelde (Zoë Saldana), um guaxinim (voz de Bradley Cooper), um vegetal humanóide (voz de Vin Diesel) e um presidiário musculoso (Dave Bautista), o longa poderia perder o foco nas interações. Felizmente, não é o que acontece. Todos têm seu espaço e são importantes na resolução dos conflitos, cada qual ao seu modo. Apesar de não haver privilégio em termos de roteiro, é impossível não se apegar a Rocket, o guaxinim, e a Groot, o vegetal, porque a dupla é responsável por ótimas piadas e ação igualmente satisfatória.

Com o sucesso nas relações interpessoais, o filme ainda é certeiro na ação e no design. Cenas à la Star Wars dão o tom das batalhas espaciais; os tiroteios e lutas corpo a corpo são bem coreagrafados e filmados. Cheio de detalhes, os planetas têm o apoio de uma fotografia que indica as peculiaridades de cada ambientação: Xandar é iluminado, com uma civilização pacífica, enquanto o refúgio de Ronan vai contra essa característica.

Nota-se no longa uma influência setentista/oitentista para sua composição. Maquiagens pesadas, destaque para Ronan, Drax e Nebula (braço direito do vilão), definem cada raça alienígiena; referência ao cinema daquela época (a piada com Footloose é ótima) e, principalmente, uma trilha sonora com grandes clássicos. The Jackson 5, David Bowie, The Runaways são alguns exemplos das faixas reunidas na fita “Awesome Mix vol. 1”, que Peter Quill ouve em seu walkman. Além de criar uma trilha sonora formidável, a fita tem importância na construção do personagem, já que é a única ligação dele com sua mãe.

Para completar, a participação de Benicio del Toro como Colecionador faz sutis conexões com os outros filmes do estúdio. Este ponto deverá ser aproveitado na segunda aventura dos Guardiões da Galáxia, já que a esperada cena pós-créditos não cria o intermédio. Como já virou tradição esperar por esta breve sequência, o resultado frustrou um pouco. É, Marvel, você nos deixou mal-acostumados.

4 comentários:

  1. Só tenho uma coisa a dizer: I am Groot!!!!

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  2. Ainda não assisti, estou esperando uns dias pra ver se pego o cinema mais sossegado. Mas estou aguardando ansioso!

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    1. É uma produção que vale a expectativa. Assista e depois comente o que achou.

      Abraços!

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Editor

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Jornalista apaixonado por cinema. Idealizou o blog com o desejo de partilhar as maravilhas da Sétima Arte com outros cinéfilos e quem mais se interessar pelo assunto.