sexta-feira, 6 de junho de 2014

X-Men: Dias de um Futuro Esquecido – Crítica

Cristiano Almeida

Nos quadrinhos, muitas histórias dos X-Men têm base na ideia do preconceito, do medo do que é diferente. Em X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (X-Men: Days of Future Past), adaptação da obra de Chris Claremont e John Byrne, o medo e desconfiança dos humanos em relação aos mutantes é transformado num avançado sistema de defesa, os Sentinelas. Antes um passo na evolução das espécies, os portadores do gene X são agora uma espécie em extinção.

Com exceção da continuidade de X-Men: Primeira Classe, a produção tinha uma missão importante: tentar amarrar as pontas e explicar muitas das incoerências na cronologia cinematográfica. Para isso, a viagem no tempo foi a solução encontrada por roteiristas, que usam duas linhas narrativas para criar uma coesão entre as tramas. Salvo algumas situações sem explicação, e outras incluídas sem necessidade, o roteiro tem boa conexão com o que foi visto até aqui.

A trama gira em torno de uma pequena resistência mutante do futuro, que luta bravamente contra os ataques dos Sentinelas. A única salvação é enviar a consciência de um deles de volta aos anos 70, época em que os robôs foram criados por Bolívar Trask (Peter Dinklage), para avisar Charles Xavier (James McAvoy) e Magneto (Michael Fassbender), impedir a construção das máquinas e consequentemente o futuro desolador. Na HQ é Kitty Pride quem tem a missão do alerta, no longa, a responsabilidade é destinada a Wolverine (Hugh Jackman), em uma explicação interessante do porquê ele seria a melhor escolha.

Embora o foco maior seja na ambientação setentista, muito bem reproduzida no figurino e nos cenários, as cenas destinadas ao grupo de resistência são excelentes e tensas. Nelas, temos um Homem de Gelo muito mais ativo, diferente do apático personagem da trilogia anterior, temos velhos conhecidos como Professor X, Magneto, Colossus e Tempestade, atuando em parceria com novos membros: Bishop, Mancha Solar, Apache e Blink, esta excelente em ação pelo uso de um poder que permite a abertura de portais de teleporte.

No passado, a presença de Mística (Jennifer Lawrence) tem muita importância na história, com suas ações moldando os eventos futuros, além de uma contribuição indireta para o visual dos Sentinelas, que passam por duas versões ao longo da produção. No entanto, um dos melhores momentos é destinado a Mercúrio (Evan Peters), mutante filho de Magneto nos quadrinhos. Sua cena feita em câmera lenta é tecnicamente perfeita e engraçada.

A direção marca o retorno de Bryan Singer aos filmes dos X-Men, franquia que ele ajudou a iniciar. Nesse retorno, Singer comanda bem as relações do personagem e utiliza fatos históricos (o assassinato de JFK, a Guerra do Vietnã...) como pano de fundo para contar o seu ponto de vista. A distinção que ele faz sobre passado e futuro, entre esperança e incerteza, é outro fator que só agrega pontos ao longa.

Com uma continuação programada para 2016 (a cena pós-créditos trata exatamente disso), a franquia mutante tem novas e aguardadas possibilidades para explorar. Singer sabe que uma delas faz parte dos desejos dos fãs desde que os mutantes estrearam nas telonas e, por isso, nos mandou o recado: En Sabah Nur vem aí!”

Leia a crítica de Wolverine: Imortal

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Jornalista apaixonado por cinema. Idealizou o blog com o desejo de partilhar as maravilhas da Sétima Arte com outros cinéfilos e quem mais se interessar pelo assunto.