
Com exceção da continuidade de X-Men: Primeira Classe, a
produção tinha uma missão importante: tentar amarrar as pontas e explicar muitas
das incoerências na cronologia cinematográfica. Para isso, a viagem no tempo
foi a solução encontrada por roteiristas, que usam duas linhas narrativas para criar
uma coesão entre as tramas. Salvo algumas situações sem explicação, e outras
incluídas sem necessidade, o roteiro tem boa conexão com o que foi visto até
aqui.
A trama gira em torno de uma pequena resistência mutante do
futuro, que luta bravamente contra os ataques dos Sentinelas. A única
salvação é enviar a consciência de um deles de volta aos anos 70, época em que
os robôs foram criados por Bolívar Trask (Peter Dinklage), para avisar Charles
Xavier (James McAvoy) e Magneto (Michael Fassbender), impedir a construção das
máquinas e consequentemente o futuro desolador. Na HQ é Kitty Pride quem tem a
missão do alerta, no longa, a responsabilidade é destinada a Wolverine (Hugh
Jackman), em uma explicação interessante do porquê ele seria a melhor escolha.
Embora o foco maior seja na ambientação setentista, muito
bem reproduzida no figurino e nos cenários, as cenas destinadas ao grupo de
resistência são excelentes e tensas. Nelas, temos um Homem de Gelo muito mais
ativo, diferente do apático personagem da trilogia anterior, temos velhos conhecidos
como Professor X, Magneto, Colossus e Tempestade, atuando em parceria com novos
membros: Bishop, Mancha Solar, Apache e Blink, esta excelente em ação pelo uso
de um poder que permite a abertura de portais de teleporte.
No passado, a presença de Mística (Jennifer Lawrence) tem
muita importância na história, com suas ações moldando os eventos futuros,
além de uma contribuição indireta para o visual dos Sentinelas, que passam por
duas versões ao longo da produção. No entanto, um dos melhores momentos é destinado a Mercúrio (Evan Peters), mutante filho de Magneto nos
quadrinhos. Sua cena feita em câmera lenta é tecnicamente perfeita e engraçada.
A direção marca o retorno de Bryan Singer aos filmes dos X-Men, franquia que ele ajudou a iniciar. Nesse retorno, Singer comanda
bem as relações do personagem e utiliza fatos históricos (o assassinato de JFK,
a Guerra do Vietnã...) como pano de fundo para contar o seu ponto de vista. A
distinção que ele faz sobre passado e futuro, entre esperança e incerteza, é
outro fator que só agrega pontos ao longa.
Com uma continuação programada para 2016 (a cena pós-créditos
trata exatamente disso), a franquia mutante tem novas e aguardadas
possibilidades para explorar. Singer
sabe que uma delas faz parte dos desejos dos fãs desde que os mutantes
estrearam nas telonas e, por isso, nos mandou o recado: “En Sabah Nur vem aí!”
Leia a crítica de Wolverine: Imortal
Leia a crítica de Wolverine: Imortal
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