quinta-feira, 17 de abril de 2014

Capitão América 2: O Soldado Invernal - Crítica

Cristiano Almeida

O tempo é um elemento recorrente em Capitão América 2: O Soldado Invernal (Captain American: The Winter Soldier. Isso porque Steve Rogers (Chris Evans) é um herói fora de seu tempo, é um homem que tenta se adaptar às mudanças, e é alguém que precisa enfrentar literalmente lembranças de seu passado.

O segundo filme do Sentinela da Liberdade mostra Rogers trabalhando para a S.H.I.E.L.D. como um operativo militar utilizado apenas em missões especiais sob a ordem de Nick Fury (Samuel L. Jackson). Numa dessas missões, um resgate a um navio sequestrado, vemos que toda a tecnologia da organização não é comparável ao simbolismo do capitão: eficácia, liderança e honra. É esta operação que desencadeia uma série de acontecimentos e compõe uma trama de traição e conspiração dentro da S.H.I.E.L.D.

O roteiro é uma livre adaptação do arco O Soldado Invernal, de Ed Brubaker e Steve Epting, que mostra o Capitão América enfrentando um inimigo que tem uma forte ligação com ele. O filme tem um foco maior nas sequências de ação, embora a parceria entre Rogers e a Viúva Negra (Scarlett Johansson) busque manter a essência da HQ, que é um clima de suspense e investigação.

É importante observar que o desenvolvimento da personalidade do Capitão não é deixado de lado, pois ele traz consigo um código militar e apresenta valores de outra época, características que tendem a entrar em conflito com as decisões militares e pessoais do século XXI. A presença de Falcão (Anthony Mackie), importante aliado de Rogers na história, ameniza um pouco desse conflito, pois ele é um soldado como o Capitão e carrega o senso de dever e comprometimento imposto por cada missão.

Com direção dos irmãos Joe e Anthony Russo, Capitão América 2 ganha muito em relação ao primeiro filme. Eles trazem cenas de ação empolgantes e incrivelmente bem filmadas, com utilização de grandes planos e planos aéreos de câmera que nos colocam à dimensão do potencial de cada sequência. É certo que em alguns momentos eles ousam demais, porém sem prejuízo ao entretenimento.

A disposição dos diretores em realizar algo grandioso é refletida na recriação dos ambientes e nos efeitos visuais. O Triskelion, a base da S.H.I.E.L.D., está excelente e os efeitos utilizados durante a produção e principalmente no desfecho são dignos da classificação como um das melhores produções da Marvel.

O filme ainda se propõe a introduzir alguns personagens, que podem e devem ser mais bem desenvolvidos no próximo longa. Joe e Anthony Russo já estão confirmados na direção, o que é muito bem-vindo, em virtude do trabalho realizado em O Soldado Invernal.

Para quem acompanha o Universo Marvel nos quadrinhos e nos cinemas, o filme não decepciona, trazendo muitas referências das histórias e das adaptações, inclusive com uma ótima continuidade do que foi visto na estreia do Capitão nas telonas, Capitão América: O Primeiro Vingador.  Ainda há a cena dos créditos que se relaciona diretamente com o vindouro longa dos Vingadores. Mas se você não se liga em nada disso e quer apenas um ótimo entretenimento, a produção é como o Capitão América: vai lá e cumpre seu dever com eficiência.

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Jornalista apaixonado por cinema. Idealizou o blog com o desejo de partilhar as maravilhas da Sétima Arte com outros cinéfilos e quem mais se interessar pelo assunto.