
O segundo filme do Sentinela da Liberdade mostra Rogers
trabalhando para a S.H.I.E.L.D. como um operativo militar utilizado apenas em
missões especiais sob a ordem de Nick Fury (Samuel L. Jackson). Numa dessas missões,
um resgate a um navio sequestrado, vemos que toda a tecnologia da organização
não é comparável ao simbolismo do capitão: eficácia, liderança e honra. É esta
operação que desencadeia uma série de acontecimentos e compõe uma trama de
traição e conspiração dentro da S.H.I.E.L.D.
O roteiro é uma livre adaptação do arco O Soldado Invernal,
de Ed Brubaker e Steve Epting, que mostra o Capitão América enfrentando um
inimigo que tem uma forte ligação com ele. O filme tem um foco maior nas sequências
de ação, embora a parceria entre Rogers e a Viúva Negra (Scarlett Johansson)
busque manter a essência da HQ, que é um clima de suspense e investigação.
É importante observar que o desenvolvimento da personalidade
do Capitão não é deixado de lado, pois ele traz consigo um
código militar e apresenta valores de outra época,
características que tendem a entrar em conflito com as decisões militares e
pessoais do século XXI. A presença de
Falcão (Anthony Mackie), importante aliado de Rogers na história, ameniza um
pouco desse conflito, pois ele é um soldado como o Capitão e carrega o
senso de dever e comprometimento imposto por cada missão.
Com direção dos irmãos Joe e Anthony Russo, Capitão América
2 ganha muito em relação ao primeiro filme. Eles trazem cenas de ação
empolgantes e incrivelmente bem filmadas, com utilização de grandes planos e
planos aéreos de câmera que nos colocam à dimensão do potencial de cada sequência.
É certo que em alguns momentos eles ousam demais, porém sem prejuízo ao
entretenimento.
A disposição dos diretores em realizar algo grandioso é
refletida na recriação dos ambientes e nos efeitos visuais. O Triskelion, a
base da S.H.I.E.L.D., está excelente e os efeitos utilizados durante a produção
e principalmente no desfecho são dignos da classificação como um das melhores produções
da Marvel.
O filme ainda se propõe a introduzir alguns personagens, que
podem e devem ser mais bem desenvolvidos no próximo longa. Joe e Anthony Russo
já estão confirmados na direção, o que é muito bem-vindo, em virtude do trabalho
realizado em O Soldado Invernal.
Para quem acompanha o Universo Marvel nos quadrinhos e nos
cinemas, o filme não decepciona, trazendo muitas referências das histórias e
das adaptações, inclusive com uma ótima continuidade do que foi visto na
estreia do Capitão nas telonas, Capitão América: O Primeiro Vingador. Ainda há a cena dos créditos que se relaciona
diretamente com o vindouro longa dos Vingadores. Mas se você não se liga em nada
disso e quer apenas um ótimo entretenimento, a produção é como o Capitão
América: vai lá e cumpre seu dever com eficiência.
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