segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Depois da Terra - Crítica

Cristiano Almeida

Na vida real, Will Smith e Jaden Smith são pai e filho. Nas telonas, eles encenaram essa relação no emocionante filme À Procura da Felicidade. Em Depois da Terra (After Earth), repetem a performance familiar migrando do drama para a ficção científica.

No drama, Will era o protagonista, pois interpretava um personagem real. Para reforçar o teor da produção, ele tinha a companhia do garoto, que representava a ingenuidade de uma criança diante das dificuldades. Neste segundo trabalho juntos, Jaden assume o papel principal, enquanto o pai funciona como um mentor.

A relação do patriarca para com o filho é retratada de forma enérgica, fria, chegando ao ponto de ser militar, já que ele é conhecido como um lendário general. Sua pose e atitude são reflexos das muitas batalhas que enfrentou para proteger sua família e os humanos da desestruturação da Terra.

O planeta entrou em um processo de decadência, fato que obrigou a humanidade a procurar outro local para viver. Neste ponto, é visível a intenção do longa de ser mais um exemplo de conscientização ambiental. Além da adaptação, os humanos vivem apreensivos, pois temem os ataques de uma espécie alienígena que fareja o medo.

Na tentativa de se aproximar do filho, Cypher Raige (Will Smith) o leva para uma missão. Os problemas começam quando a nave em que eles estavam cai na Terra, ambiente agora totalmente selvagem. É neste momento que o garoto, Kitai (Jaden Smith), precisa superar seus medos e o tratamento pouco atencioso do pai. Ao longo da projeção vemos flashbacks que revelam o motivo pelo qual Raige destina ao jovem um tratamento tão frio. Isso é bem trabalhado e interliga o clímax da produção.

Com essa proposta, o roteiro parece imitar a realidade: Will já é um ator consagrado, enquanto Jaden está apenas iniciando sua vida artística. No longa, ele quer ser igual ao pai: corajoso, determinado, mas ainda tem muito o que aprender. Assim, resta ao homem fazer de tudo para demonstrar como é difícil trilhar o caminho.

A direção é de M. Night Shyamalan, diretor de O Sexto Sentido, Corpo Fechado, entre outras produções. Depois de ficar um tempo longe dos holofotes devido ao comando de filmes que não agradaram crítica e público, como A Vila e Fim dos Tempos, o cineasta resolveu mudar de gênero.

Sua iniciativa trouxe um resultado satisfatório. Ele trabalha bem o suspense e cria uma ambientação que nos passa a ideia de uma localidade hostil dominada pela natureza. Porém, se a montagem do cenário fosse realizada com alguns vestígios do que outrora foi a Terra, a reprodução seria mais coerente.

Shyamalan mudou de ares e Will Smith demonstrou o poder que tem em Hollywood. Para Jaden, uma experiência, para nós, um entretenimento descompromissado. Um filme feito sem muitas pretensões, portanto.

2 comentários:

  1. Olá Cristiano, tudo bem?! Vi algumas outras criticas sobre o filme e parece que o pessoal não curtiu mesmo. Mesmo assim quero dar uma olhadinha para ter minha própria opinião!

    Joi
    estantediagonal.com.br

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  2. Olá Joi, tudo bom, e você? Realmente o longa não agradou muito, mas é importante que você confira e tire suas próprias conclusões. Várias pessoas, sem ver um determinado filme, tomam a crítica como uma referência e acabam sendo influenciadas pela análise do autor. Na minha opinião, a crítica deve ser um ponto de diálogo, com cada pessoa demonstrando sua percepção sobre o filme em questão. Você está certa em agir dessa forma.

    Obrigado pela visita!

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Jornalista apaixonado por cinema. Idealizou o blog com o desejo de partilhar as maravilhas da Sétima Arte com outros cinéfilos e quem mais se interessar pelo assunto.